quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Infinito


Meu enigma

Uma pedra grande não fica
muito tempo em segredo.
Eu tive uma corda
pendurada na vida e
Você disse que não é perigosa...
Deixei meu lar...
Tenho muitos mundos à frente
Muitas rotas à trilhar.
Velhas sombras vem à mim
Como tudo tem seu fim.
Tenho o sol sempre a brilhar
E noites sem luar...
Não duvido do seu coração
Só do alcance do seu abraço.
Dou a esperança aos homens,
Mas não guardo nenhuma para mim.
Se a batalha for perdida
Terás um pouco de mim dentro de você.
Eu não temo a morte...
A porta está fechada.

Desejo

Quando encurtei o caminho
de vento feito por teus lábios
Pude chegar a sentir em tua boca
O desejo de sentimentos tão mágicos (trágicos)
Fiquei em silêncio...
(Um fôlego antes do mergulho)
Você me dá esperança,
E eu te dou meu coração.
Construo uma só lembrança
Que é lembrada por uma só emoção.
Delineio o seu corpo
Com minhas mãos.
Sinto-me flutuando quando chego
perto da sua respiração ofegante,
E mesmo tendo ar de amante
Não quero deixar de me apaixonar
Pois sei bem que vais me amar
Não deixando um só instante
Nos atrapalhar.

sábado, 13 de novembro de 2010

Metamorfose


Se você se fizer de fala,
Eu me faço de ouvido...

Se você se fizer de alma,
Eu me faço de corpo...

Se você se fizer de amor,
Eu me faço de amante...

Se você se fizer de flor,
Eu me faço de jardim...

Se você se fizer de estrela,
Eu me faço de céu...

Se você se fizer de tristeza,
Eu me faço de alegria...

Se você se fizer de frio,
Eu me faço de calor...

Se você se fizer de cansaço,
Eu me faço de cama...

Se você se fizer de viajante,
Eu me faço de estrada...

Se você se fizer de escuridão,
Eu me faço de luz...

Se você se fizer de versos,
Eu me faço de canção...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Execução em execução


No espetáculo mórbido e sem lisonjeio
Aonde alguns se divertem
Na espera de verem um pescoço
ser impulsionado para frente até
não querer mais pertencer ao corpo mortificado.

O que fizeram chegar ao extremo do ato
mais podre que um ser humano pode cometer?
Crime contra vida? Não!...
Fora simplesmente o fato dele afirmar
ser um Deus na frente daqueles que
intitulam-se servos de Deus.
"- Ora, se sou filho de Deus, eu sou um Deus também.
Isso foi o que bastou para assinarem
sua sentença ao inferno.
Porcos humanos ignorantes,
De almas puras de escuridão nefasta!

O moribundo perto da sua hora final
Tem um pingo de felicidades a escorrer por sua
face, ao ver uma mulher,
Sua ninfa matrimonial,
A carregar uma criança,
fruto do seu ninho sentimental.

Dali a poucos segundos
Seus ouvidos não mais escutarão
Os gritos, as gargalhadas ébrias,
O rufar dos tambores,
Sua língua não mais sentirá
O sabor do seu suor
Seus pulmões não sentirá mais
O fito de vida externado pelo ar...
Não, isso tudo ele mais terá!

Mergulho de interior

Para que servem os livros poéticos
se posso sentir tudo aquilo que escrevo?
Sou formando por letras,
E estou no acervo da vida.
Posso ser riscado na sua moral
Mas, sua moral para mim não é vida.

O torpor crescente advindo das minhas veias vazias,
Faz e torna a lembrar as ventanias de luxúria e obcessão
Sopradas a contra gosto nos meus
pensamentos e realizações.

Falta ainda pouca guerra dentro
do meu ser.
Sou forçado a aparecer mesmo que
desaparecendo...
Escritos visionários camuflam o meu dia-a-dia,
como chuva de pedra no rio -
Explode num instante e depois afunda.

domingo, 24 de outubro de 2010

Confissão

Distante de mim
E longe de você
Tenho nascendo o sol pra mim
E onde está você?

Mordo minha boca pensando no doce que é a sua.
Observo o horizonte refletindo em minha mente
A escultura de sua imagem nua.

Sofro esperando você chegar
E assim poder te abraçar
Tendo novamente seu corpo junto ao meu
Sem ter que pronunciar
A triste palavra: adeus.

Chegas e parece ainda tão distante,
Como seu sentimento fosse uma onda espumante
Que se desfaz ao enxergar
Um alguém de amor a amar
Num ponto de vida inebriante.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um grito


Vou gritar o mais alto que puder
E assim a vibração caótica da minha voz
Juntamente com o magma da minha essência
Irão te perfurar...
E encontrar dentro do teu ser
A decência que é sentir o viver
Sem nunca esquecer
O que fostes, o que és e o que poderás ser!
O som será tão estridente
Que fará com que sua alma enalteça
E sua vida ensurdeça
Com o tamanho do grito sorridente.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A amizade


A amizade é coisa natural.
Alguns acham que todos são ou parecem um marginal.
Achamos que somos iguais,
brilhando no mesmo céu...
E no momento de retirarmos o véu da hipocrisia
Nos revigoramos na alegria de conhecer o desconhecido
E ficar conhecendo o que já nascemos à conhecer.

PS.: Pequeno poema escrito a pedido do amigo Júnior "Bolinha" no Dia do Amigo.

sábado, 15 de maio de 2010

Espíritos de Palhaços

Quem ama tece sonhos.
Estamos nós aqui já tecendo o sonho da volta.
Imitando a dor de olhar o quarto vazio de um ente
querido que se foi.
Estamos ouvindo nas obras, que nos transfiguram,
nos ensinam a sermos palhaços
e abrem a porta do universo...
O sonho da gente não morre jamais!
O profeta nos batizou com as cinzas e partiu...

sábado, 24 de abril de 2010

Condessa Bathory

Torturava e matava virgens inocentes
Para banhar-se em seu sangue
E manter-se jovem e bonita eternamente...
Até que o próprio diabo, piedoso dela
Levo-a aos domínios sombrios do inferno.

Atraente mulher de prazer morbido pelo sofrer alheio
Que com o sangue desses clareava seu anseio.
Brincava de mulher com mulher sem sê-la...
Neve e água instrumentos mortais
Na mão, coração e mente
Daquela doente sanguinária.

Fora como um animal...
Não mereceu respirar o ar nesta terra,
Nem ver a Luz!
Desapareceu deste mundo e nunca mais aparecerá
As sombras encobriram-te, dando-lhe tempo
para arrepender da tua brutal vida.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Ananda

Entorpe a visão daqueles vazios
Faz bois terem vários cios.
A procuram para satisfazer
Uma alegria fora do viver
Queimando tudo aquilo que os parecem mesquinhos.

Aumena o ego filosófico
Tornando o presente utópico...
Vivendo o futuro no passado
E sem deixar nada de lado,
Coloca o humano no plano categórico.

O perigo torna algo fácil
Os dedos escrevem vários adágios
Dos vivos que são mortos andantes,
Com suas famintas almas pujantes,
Ondulam na vida de maneira lenta
Até quando o calor do inferno mais perto acalenta.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Naa

A maior nos jogos da paixão
Motivou meu ser a cama
Obrigou-me a satisfazer seu mundo
Rasgando todo fio de sentimento que encontrara.

Burlou a alfândega do meu peito
Adentrando no meu lago de fogo apaixonante.
Não conseguiu mergulhar,
Devido a profundidade do abismo do meu amor...
Indo ao encontro da superfície,
Dando tudo que tinha, virou o
Orvalho da noite que nunca existia.

terça-feira, 30 de março de 2010

Rosa Negra

Viajei desertos atrás de ti
Nunca encontrando beleza igual
Foi então quando a saudade sua senti
Me tornando um ser emocional.

Levantei quebrando a parede do teu ser,
Tentando esquecer o que um dia fora
A fome que matou a sede do meu viver...
Isso foi real?
Isso não é real.

Criatura de pétalas de sorriso cego
Oratório de pecados bons...
Construção de cor sem sons
Beleza vista do fundo do meu ego.

Ópio transgressor do jardim do meu amor
Que por desejo ou por favor
Entorpeceu o vento
Quebrando o seu movimento
Me fazendo perder a calma
No passar de esponja de rima
Pra curar meu ferimento.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Uma das paixões


Estou amando as paixões
E se perdendo dos amores
Enchendo o coração
Nem sequer pensando nas dores
Que feriram uma paixão
De um só dois amores.

Paixão buraco sem fim
Que alguém que está a fim.
Procura enxergar
Tentando me amar
Sem pensar nunca no fim.

Amo me amando...
Peco me apaixonando...
Vivo sem fingir...
Peco no existir
Tentando encontrar
Um alguém pra apaixonar
E nunca ter quer me redimir.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Em todo janeiro

Em todo janeiro tem

Muita cantoria, euforia e animação

Tem gente gritando, cantando e declamando

Velhos e novos amores na estação.



Em todo janeiro tem

A espera do fevereiro

Com seu abrasado gosto freveiro

Que tanto impulsiona a união

Do sertanejo guereiro

Na sua alma de folião.



Em todo janeiro tem (**)

Os desejos mais profundos

A espera de um futuro

O carnanval que chega e vem.

Em todo janeiro tem alguém

Alguém vem de um lugar distante

Trazendo uma bagagem grande

Das terras que vem de lá.

Junta a turma pra cantar

E recitar com emoção

Sem esquecer de nosso chão

que é feito de poesia

Cantando com alegria

Transfigurando o Sertão.

Em todo janeiro a esperança de renova

Na terra com terra com cheiro de nova

Aonde pisaram cantadores

Com imortais violões

Cantando seus bordões

Exprimindo seus amores

Sem reclamar das dores

Que feriram seu sertão

Em todo janeiro tem (**)

Um novo ano que começa

Vem novamente a a festa

da semana estudantil

Num janeiro juvenil

Todos trazem a sua graça

Alguns vem de graça

Outros só vem pagando.

E assim eu vou ficando

Feito o ano que termina

Esperando a menina

Que desperte meu encanto.


(**) Poemas compostos por Glauber Amaral (Jupí do Brabo), no último dia da Semana Estudantil 2010 de Sertânia-PE.