sábado, 31 de agosto de 2013

Cantando para saudade


Tanto tempo faz
Que eu não me apaixono
Faz tempo que ninguém
Me chama de amor
Carente solitário
Coração sem dono
Parece até gostar
De enganar a dor
Um riacho vazio
Correndo no peito
E ninguém dava jeito
Nesse meu viver
Mas eis que de repente
Pelo meu caminho
Um anjo malandrinho
Me trouxe você
Pra me botar no colo
E me fazer loucura
Provar toda doçura
Que tem a paixão
Ouvir as estrelas
Até faz sentido
Acordar com teu ouvido
No meu coração
Trazer pra minha vida
Toda alegria
Meu ouro minha guia
Meu entardecer
Felicidade agora
Achou meu endereço
Que bom que eu mereço
Estar com você

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Decameronóico

Das letras mortas que se mumificaram
nas mãos apócrifas do tempo
Fingindo nunca ter vindo, mas
indo fugindo do tempo...
Com o sol queimando calado,
circunscrito num lugar aonde não pode calar,
nem falar
Tampouco esquecer morrendo
nas suas vida de sombras
com obras de luzes.
Sou um mundo invisível, mas
visível para que sabe ver.
Estou em todo lugar...no horror...na flor...na dor...
Já nasci feito!
Não sou moldável...
Escreve-se para viver!
É questão de sobrevivência...
No princípio eram as pedras que se faziam
de ratoeiras de vida alheias...
Hoje não se sabe, se pedra ou vida se prendem.
Por uma porta interna, viajo, viajo, viajo...
Cabem aos insensatos desejos e pensamentos
me permutarem, transfixando os caminhos
Uns contra os outros,
escolhendo entre o pacifismo mudo
Ou a guerra cega
que decepa os murmúrios da vida morta, sofrida,
Assassina da tirania insuflada de amor.
Os reis e os filósofos defecam
e as senhoras também...