Pelos caminhos tortos,
subi e desci...
Lavando cada cantinho de terra,
que pela frente senti.
Lavei pedras, plantas e gente.
Movimentando-me feito bruta serpente,
desenhei cenários, destruindo outros...
Fui buscando mais e mais espaços...
Hoje, nem sei quem realmente sou de verdade,
pois fizeram vários filhos de mim:
uns para fazer o bem,
outros só de maldade.
Recebi em meu corpo
lágrimas de tristezas e de felicidade.
Acompanhei e me fiz de melodia.
Pousei de inspiração para versos sonoros.
E, agora, me sinto quase uma nota morta.
Tenho medo que me esqueçam
e me enterrem...
Rabiscos di...versos, não é fruto de uma imaginação utópica. É um espaço que retrata clara, lúcida e altamente realista as fases de um poeta contemporâneo. Em Rabiscos di...versos, vamos encontrar suas alegrias e suas tristezas, espelhadas nos seus sorrisos e nas suas lágrimas que teimosamente voltam, às vezes, com a mesma tristeza que possui o rio que morre sem beijar o mar.